É aquilo né: só a distância proporcionada pelo tempo permitirá que eu veja esse poema com outros olhos e, então, possa apará-lo e lustrá-lo, na tentativa de extrair algum brilho porventura negligenciado até aqui.
Mas é que o Edu, do blog Pocahontas, fez aniversário no último sábado (27), e queria dedicar alguma coisa. E se deixasse passar muito tempo, perdia a graça. Por isso, aqui está o rascunho de um futuro poema, que esbocei durante este domingo e segunda e que dedico a ele. Tomara que as sujeiras não impeçam a transmissão da mensagem.
Internet tem essa dinâmica, né, ela é quente, ela é suja mesmo, ao contrário do poema, que é sempre o que sobra depois do desgaste do tempo.
Mas é que o Edu, do blog Pocahontas, fez aniversário no último sábado (27), e queria dedicar alguma coisa. E se deixasse passar muito tempo, perdia a graça. Por isso, aqui está o rascunho de um futuro poema, que esbocei durante este domingo e segunda e que dedico a ele. Tomara que as sujeiras não impeçam a transmissão da mensagem.
Internet tem essa dinâmica, né, ela é quente, ela é suja mesmo, ao contrário do poema, que é sempre o que sobra depois do desgaste do tempo.
Amizade
para o Edu
imensidão azul:
catedral de penas brancas,
a gaivota anuncia em nós uma oração
olhando alto,
teus olhos refletiam o ouro
do dia
e eu, medo do que partia,
quis não perdê-lo nunca,
mas como?
foi quando escolhemos no céu um ponto
e cavamos, pressentindo futuras memórias,
as mãos sujas de luz
onde será que esse dia nos conduz?
tua voz perguntou, e nós não soubemos
mas ali enterramos o silêncio insondável;
para não perder,
marcamos com uma nuvem
desde então,
será sempre assim:
não importa onde estivermos,
sempre que quisermos encontrar
o tesouro
basta erguer a cabeça,
fechar os olhos e deixar iluminar
na nossa imensidão azul
a lembrança branca
da gaivota e também da nuvem
em constante movimento
P.S.: feliz aniversário, Edu!