segunda-feira, 7 de setembro de 2009

em construção

a janela
o lado de fora
está tudo escuro

a noite serve de escudo

vem, vamos
rápido que já já a noite amanhece
e o nosso corpo sem rastro ganha sombra

vem, vamos
como dois clandestinos
pelos cantos, pelas esquinas
expondo os intestinos

vem, vamos
pular o muro
desafiar o escuro
com uma gargalhada

vem, vamos
passear pelo cemitério às escondidas,
profanar a cova onde dorme o

amor

vem, vamos
sentir dor
chegamos tarde demais

a cova já está vazia
e a câmera está filmando,
por isso,

sorria

Nenhum comentário: