a janela
o lado de fora
está tudo escuro
a noite serve de escudo
vem, vamos
rápido que já já a noite amanhece
e o nosso corpo sem rastro ganha sombra
vem, vamos
como dois clandestinos
pelos cantos, pelas esquinas
expondo os intestinos
vem, vamos
pular o muro
desafiar o escuro
com uma gargalhada
vem, vamos
passear pelo cemitério às escondidas,
profanar a cova onde dorme o
amor
vem, vamos
sentir dor
chegamos tarde demais
a cova já está vazia
e a câmera está filmando,
por isso,
sorria
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