sexta-feira, 3 de junho de 2011

A arquitetura do vagalume

Já era tarde da noite, mas, como não parava de insistir, achei que era melhor atender.

- Alô.


- Preciso de um texto.


(Detesto texto de encomenda)

- Sobre o quê?


- Não faço idéia. Mas quero que ele se chame A arquitetura do Vagalume.

E desligou sem nem um tchau, um boa sorte, nada. Mas minha imaginação nunca se despede, ela não tem modos, sempre foi assim.

Lembro da vez em que, na prova de Redação, no meio de um parágrafo brilhante, ela desapareceu. Eu estava entrando na adolescência, ainda não entendia bem isso, mas ela não pensou duas vezes, quando eu olhei, ela já não estava mais lá, tinha desaparecido.
Como um animal que brilha e de repente apaga, me vi perdido em pleno vôo, cercado de noite por todos os lados.

Desde então, por puro medo da escuridão, tenho tentado compreender melhor o funcionamento dessa luz, como é que ela acende e apaga assim no meu corpo, mas resta sempre um mistério no aprendizado dessa arquitetura, um mistério que me precipita no abismo da escrita.

3 comentários:

Atitude do pensar disse...

Que menino bunitu, gente...
A minha raramente desaparece, e também não se despede, mas vez ou outra me ignora.
Por que quase não vem por aqui?
Gostei tanto dessa casa.

Bianke Chanel disse...

Oiie adoreei o seu blog

da uma passadinha la no meu depois

http://biankechanel.blogspot.com/

beijO ;*

Ana Pe disse...

As vezes a minha imaginação me abandona... triste isso, sabia?!